terça-feira, 20 de agosto de 2013

[Porque nem sempre é a boca que fala]

Quanta coisa eu quis dizer e você não estava lá
Quantas vezes a gente sente o indizível
E o peito aperta
E nos afasta de nós mesmos
E nos agustia
E nos aflige
E nos desfaz
E nos desmonta quando monta em nós a necessidade de criar o que não se pode
O que não se pede
De existir o que ainda não há
De haver dito o que os olhos já falaram
De se fazer entender o óbvio
Quantas coisas eu já te disse e você não percebe
E você nunca percebe
Que eu sou o seu maior erro
Que você é minha mair dúvida
E que a única resposta certa
Só pode ser você e eu

sábado, 6 de abril de 2013

Cinco anos.



O tempo passa e a gente quase não sente. E diz: “Nossa! Já?”
Já sim! Já para tantas coisas que a gente só se dá conta quando pára pra pensar. Afinal o que são cinco anos? Em cinco anos quanta coisa já aconteceu ao mundo? Tragédias, escândalos políticos e religiosos, conquistas de direitos, conquistas de sucesso. Derrotas.
Vidas que se findaram e que abriram os olhos.
Em cinco anos, talvez você não saiba, mas o seu coração já bateu pelo menos duzentos e dez milhões de vezes. E quantas vezes você já o sentiu como se fosse parar, batendo descompassado, fazendo seu corpo estremecer e seu estômago dar um nó?
Quanto tempo dura cinco anos? Quantas lembranças cinco anos trazem? Quantas coisas você gostaria de esquecer? 
Mil oitocentos e vinte e seis dias. Quantas dúvidas e quantas certezas? E quais importam mais pra você?
Incontáveis sorrisos.
Inúmeras lágrimas.
Planos que se concretizam.
Novas idéias.
Mudança total de planos.
Novos endereços.
Outras histórias.
Cinco anos.
Cinco anos são tudo que tivemos até agora e não é mais que a ponta do iceberg. É só um número e nem é tão grande assim apesar de sua imensidão de vida. Cinco anos talvez sejam apenas os cinco primeiros passos de uma vida. Uma vida de mãos dadas. São só o começo da estrada.
Cinco anos são tanta coisa e são nada. Tanto que já vivemos e que já nos provamos o que queremos.
Só o início do que ainda há de vir.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Não há felicidade sem dor

Não há felicidade sem um quê de amargura. Se você ama e é ou quer ser feliz assim, sempre trará consigo o medo de que termine, sem porquê, de repente. E esse medo também não anda sozinho, pois você sempre terá esperança de que seja só um medo bobo, sem sentido, sem razão de ser.
Mas a verdade é que se você não ama, dificilmente você será feliz. Amar faz a gente se sentir vivo e, por isso mesmo, dói.
Amor de verdade joga a gente nos extremos facilmente. De um sorriso aberto e sincero à lágrimas quentes, basta apenas uma palavra fora de hora. Das lágrimas ao sorriso, de volta, basta a palavra certa ou a surpresa de um abraço, uma flor roubada... Qualquer atitude que nos cative um pouquinho só.
Um conselho: não ponha o amor em teste. Ame ou não. Testá-lo vai aumentar ainda mais o medo e a tristeza. Se seu amor não passar no teste, a tristeza pode não ser menor, mas é efêmera. Se passar, ficará sempre a dúvida do "até quando". Motivo simples: nada nem ninguém sai de uma situação difícil exatamente como entrou. E assusta ainda mais quando você descobre que ama aquela pessoa, mas ela já não é a mesma e você nem mesmo sabe quem é que você ama.
Não queira que as coisas sejam sempre iguais, ou sempre diferentes. Tudo há de ser no seu devido momento.
Anule-se. Não de uma forma ruim. Mas deixe de lado o eu e pense mais em nós. E não espere que o eu esteja sempre feliz. Eventualmente, quase sempre, é necessário que ele sofra para que tudo dê certo.
E entenda o principal: não adianta procurar, pois não existe receita para a felicidade total. Aliás, esta não existe.
Viva, ame, seja feliz, ainda que isso te traga dor. Uma pessoa de verdade tem cicatrizes e a certeza da dor ainda vale o risco da felicidade.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Fenecerá sempre toda a
Expectativa de que saibamos
Lidar com a angústia que
Impera em nossas almas e
Cálida, mansa, suave até
Invade o peito e cobre
De dor cada sorriso que
Abrimos à vida e
Damos ao mundo com a
Esperança de que um dia

Amemos de verdade
Não sabendo nem mesmo por quê
Gritando ao mundo o nosso desamparo
Última certeza de que
Sim, a felicidade é real ainda que
Tenha sempre esse
Irremediável gosto
Amargo que nos angustia