sábado, 29 de setembro de 2012

É porque dói que a gente escreve

O tempo passa e a gente muda. Muda pra não deixar a vida passar sem a gente e mesmo assim ainda fica a sensação de que nada mudou.
Acontece que a gente tenta melhorar, tenta mudar para melhor. Mas não há razão em que se perca a nossa essência. Corrigimos defeitos, ou ao menos tentamos. Exercitamos a paciência. Aumentamos a fé. A gente tenta melhorar e melhora. Melhora porque mudamos o tempo todo e, se é inevitável, então que pelo menos valha a pena.
Mas a essência ainda é a mesma. Não adianta querer mudar para se encaixar nos padrões de seja lá quem for. Não adianta porque, mesmo nos tornando pessoas melhores, algumas coisas já estão entranhadas na alma: gostar de música, de poesia, de romance, de viajar, de sorrir sem motivo, de ser criança, de ser livre, de fantasia... Gostar de seja lá o que for! Ninguém desgosta de algo que lhe faz bem (e nem deve!) apenas para se encaixar em padrões.
Por um motivo forte, por um grande amor talvez, sacrificamos muitas de nossas vontades, abrimos mão de muitos costumes, mas não se pode deixar de ser quem é. É impossível. Amor é pra dar cor à vida e não para matar a alma. Se for pra chorar, que seja de felicidade apenas. Caso contrário, será que vale mesmo à pena?
Se você se torna melhor, se você busca melhorar e, ainda assim, não é bom o suficiente, talvez o problema não seja você. Talvez você não devesse estar ali. Se querem de você outra pessoa, pois que procurem em outra pessoa.